Situada a cerca de 15 km de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro se transformou em uma das cidades mais importantes de Sergipe, seja do ponto de vista econômico, turístico ou populacional. Trata-se de um destino realmente inesquecível, uma verdadeira viagem no tempo em um local que se moderniza a cada dia.
Contando, atualmente, com mais de 160 mil habitantes (o segundo maior contingente do Estado), essa cidade charmosa ficou conhecida nacionalmente no fim da década de 90 como a que mais atraía indústrias no Brasil. Não era sem motivos.
As razões para essa transformação passam pela incomparável riqueza mineral, pelo rápido crescimento da infraestrutura da cidade, bem como pela chegada de grandes empreendimentos imobiliários, sobretudo a partir dos anos 80. Tudo isso bem pertinho de Aracaju!
Mas se você já caminhou pela praça da igreja Matriz, pela Orlinha de São Braz ou pela Prainha do Porto Grande, certamente deve ter ficado intrigado com a arquitetura que viu pelo trajeto ou, quem sabe, com as construções imponentes que remetem ao século XVIII.
Que tal, então, conhecer a história de Nossa Senhora do Socorro?
Da acanhada Tomar da Cotinguiba à metrópole sergipana do século XXI
O início da história da cidade passa pelo ano de 1575, data estimada para a chegada dos exploradores portugueses na região, então habitada pelos índios Tupinambás. A agressividade desse grupo indígena não foi suficiente para vencer as armas e a aculturação religiosa dos lusitanos, que se estabeleceram no que hoje é o território socorrense.
Em 1718, por determinação do arcebispo da Bahia, Dom Sebastião Monteiro da Vide, a pequena aldeia, que possuía uma pequena capela dedicada à Nossa Senhora do Socorro, foi transformada em freguesia, sendo batizada pelo (extenso!) nome de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Tomar da Cotinguiba. Esse apenas o primeiro de muitos nomes.
Registros históricos mostram que, em 1757, a região já tinha cerca de 4 mil moradores e, em 1802, 7 mil. Porém, em que pesem os esforços dos habitantes da região para conseguir a autonomia da freguesia, o território foi oficialmente anexado à Vila de Laranjeiras, em 1832. Ficava, então, mais distante o sonho da administração independente.
A partir daí, o que a história registra é uma sucessão de emancipações e anexações: em 1835, a freguesia é elevada ao status de vila independente; em 1855 (com a criação do município de Aracaju), a região volta a ser submetida, dessa vez, aos aracajuanos.
Em 14 de março de 1868, finalmente o distrito foi transformado na cidade de Socorro, que ainda sofreu algumas alterações em seu nome até ser batizada com seu nome atual.
Economia de Nossa Senhora do Socorro
Em boa parte do período colonial, Nossa Senhora do Socorro possuía inúmeros engenhos de açúcar (como ocorria em boa parte do Nordeste). Entretanto, a riqueza mineral da cidade não tardou a ser descoberta: a região tem o maior volume de sal-gema do estado, além de ser também grande produtora de calcário, magnésio e sal de potássio.
Para se ter uma ideia da grandeza mineral da cidade, os socorrenses já chegaram a ter a maior produção de sal do país, com mais de 380 salinas. Hoje, restam menos de 10. Mas isso não quer dizer que a região se apequenou. Muito pelo contrário.
Atualmente, a região se destaca nos três setores: além do comércio crescente, Socorro tem forte estrutura pecuária (com imensos rebanhos de bovinos, suínos, equinos, ovinos etc.), além de produtos agrícolas como banana, coco da Bahia, batata-doce, cana-de-açúcar, mandioca e feijão.
Nas últimas décadas, a indústria também se desenvolveu e hoje os socorrenses veem instalados em seu território centros de produção alimentícia, de gesso, de vela, de leite de coco, malharias, entre outros muitos polos. Definitivamente, a economia do local se diversificou. E isso trouxe consequências urbanísticas.
O desenvolvimento urbano de Nossa Senhora do Socorro
Essa gigante da produção de sal vem se desenvolvendo proporcionalmente à chegada das indústrias, bem como dos grandes empreendimentos imobiliários (como os condomínios horizontais, já presentes em Aracaju e que agora brindam também a cidade vizinha).
Há claramente uma transição, de uma cidade apenas antiga, para uma região que recebe bem o futuro, sem se esquecer de sua história.
As transformações urbanísticas se intensificam a partir da década de 80, após a criação do “Distrito Industrial de Socorro”, idealizado como uma consequência do inchaço populacional de Aracaju. Atualmente, não são poucos os cidadãos que moram em Socorro e trabalham em Aracaju, uma tendência das grandes capitais. Mera tendência em alguns centros, privilégio em outros.
Morar em Nossa Senhora do Socorro é uma oportunidade de viver em um lugar mais tranquilo, mas não tão distante da capital sergipana. É poder degustar os melhores mariscos da região em um dos bares da Prainha de Porto Grande, acompanhar de perto uma das maiores festas de São Pedro do estado (no fim de junho) e conhecer o patrimônio arquitetônico de Sergipe.
Tudo isso sem se afastar de Aracaju. Isso sem falar no fato de morar a menos de 40 minutos (de carro) das principais praias aracajuanas.
Para que você tenha uma ideia da situação confortável vivida hoje pela cidade, de acordo com dados da última pesquisa sobre o tema, feita pela Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), Nossa Senhora do Socorro tem hoje o maior PIB do interior de Sergipe.
Você está para se mudar para Sergipe ou é um sergipano em busca de novos ares? Seja qual for o seu contexto, vale a pena conhecer essa cidade cheia de história, que mistura as facilidades dos centros de compras (como o Shopping Prêmio) com o passado barroco da igreja Matriz, cuja data de construção, embora obscura, é de pelo menos 1714 (há uma inscrição com essa data na soleira da sacristia).
Além de você, pode ser que algum dos seus amigos também tenham planos de mudar de cidade.
Então, por que não Nossa Senhora do Socorro? Compartilhe este conteúdo nas redes sociais e leve aos seus amigos um pouco da valiosa história de Sergipe (além de uma bela dica de lugar para morar)!