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A empatia é uma sensibilidade emocional com poder não somente de mudar a história de nossas vidas, mas também de promover profundas transformações sociais. Trata-se da arte de se enxergar na posição do outro, utilizando a compreensão para guiar suas interações e soluções de conflito com o próximo.
Em uma era de intolerância e radicalismo nas visões de liberdade e limites de espaço do outro, discussões sobre comportamento empático se tornaram frequentes, principalmente no Brasil. Por aqui, proliferam-se nos noticiários atos de violência em manifestações políticas, guerras entre torcidas, brigas de trânsito e até conflitos entre vizinhos.
Há necessidade, portanto, de entender o tema para viver melhor, inclusive consigo mesmo. Mas como trabalhar a empatia, inteligência emocional fundamental para abrir portas e inspirar uma revolução — a partir de sua própria vida? Confira agora!
Nos últimos séculos, pensadores de extrema influência na sociedade ocidental, como Thomas Hobbes, Maquiavel e até Freud, entendiam que o comportamento egocêntrico estava tão impresso na personalidade humana quanto o fenótipo está impregnado na cadeias de DNA.
Com a evolução da neurociência, no entanto, esse diagnóstico macabro da essência humana foi abandonado, especialmente com a descoberta de fatos como a existência de neurônios que se “comunicam” com sentimentos alheios.
É o chamado “circuito empático”, que estimula ímpetos de ação solidária diante do sofrimento de terceiros. Pesquisas mostram, por exemplo, a presença de comandos cerebrais automáticos de ajuda em caso de estímulos externos — como gritos de dor.
Nada mais óbvio. Afinal, se o mundo faz Hitlers, Vlads e Stalins, também produz Gandhis e Budas (Sidarta Gautama, conhecido popularmente como “Buda” — que sim, existiu, e por volta de 563 a.C.).
Hoje, sabe-se que virtudes como generosidade, altruísmo e empatia são lapidáveis no ser humano. Você, por exemplo, pode se tornar uma pessoa com maior capacidade de fazer pontes do que muros. Como? Comece com as 5 dicas abaixo:
Acreditar que seres humanos categorizam-se rigidamente em grupos de comportamento predefinidos estimula o indivíduo a criar cisões e animosidades, interpretando erroneamente expressões gestuais e verbais desde o início de um diálogo.
Assim, em vez de procurar pontos de segregação entre você e seu interlocutor, abra os olhos para os fios condutores, conexões comuns que sinalizam proximidade e criam laços de confiança com as pessoas ao seu redor.
Exigimos no outro perfeições que não temos. Você pode se incomodar com o filho adolescente do vizinho ouvindo heavy metal até às 22h, mas se esquece que escolheu ter um pet em casa, cujos latidos ou choros noturnos, volta e meia, também causam desconforto nas residências ao lado. A regra inexorável da empatia é colocar-se no lugar do outro.
O ambulante que teve sua barraca confiscada, a criança abandonada que sente fome, o imigrante (ao ter que deixar para trás seu país em guerra) que precisa de amparo em uma nação estranha — qualquer seja a situação, precisamos combater nossos ímpetos narcísicos, propagados em sociedades urbanas que fragmentam o senso de comunidade e engajamento com as histórias do outro.
Sua postura gestual diz muito sobre respeito ou indiferença. Dialogue sempre olhando nos olhos, pontuando o turno alheio (fala) com marcadores conversacionais, expressões, interjeições ou sinais faciais que denotem concordância e atenção.
Sempre faça perguntas que permitam que o interlocutor aprofunde seus próprios tópicos, mostrando interesse pelo conteúdo apresentado pelo outro. Lembre-se que as pessoas mais desprovidas de empatia são aquelas que se aproximam e, subitamente, derramam sobre você um monólogo de horas sem sequer perguntar como você está.
Dê voz ao outro e, evidentemente, demonstre interesse em conhecer seu mundo. Cada ser humano tem dentro de si um verdadeiro desconhecido, um buraco negro misterioso por onde emergem, a todo tempo, sentimentos e ímpetos emocionais únicos (e, muitas vezes, conflitantes).
Isso é o que faz com que, em cada um de nós, exista um mundo diferente. Você gostaria de conhecer novos planetas, ou um novo universo? Pois bem, comece com o universo que está ao seu lado.
Fortalecer laços com amigos é muito mais fácil do que criar novas pontes com estranhos. Que tal sair da sua zona de conforto para praticar o exercício de empatia com desconhecidos? Você pode começar sendo solícito com seus vizinhos ou sua comunidade.
Tudo começa com um sorriso, sinal não verbal de aproximação. A partir daí, você pode aprofundar essa conexão buscando assuntos em comum, ou mesmo apresentando seus filhos para os da casa ao lado. Desse primeiro gesto podem nascer relacionamentos duradouros.
O potencial de “empatizar” é das mais importantes virtudes ocultas de um indivíduo. Florescemos na beleza da interconexão, não na escuridão do isolamento introspectivo. Por isso, olhe para fora buscando sempre identificar os valores de cada um que está em seu meio.
Estamos falando do trabalho (árduo) de polimento de seu próprio ego, valorizando também as qualidades que estão presentes no exterior. Isso ajuda muito no desenvolvimento da empatia.
A empatia torna a vida mais leve em todas as suas esferas: cria canais de comunicação no ambiente de trabalho, provê a formação de parcerias entre vizinhos (ao invés do tradicional belicismo das reuniões de condomínio) e repercute até mesmo na relação familiar, agregando paciência e compreensão para lidar com os percalços naturais do processo de amadurecimento dos filhos e divergências matrimoniais.
Um resumo dos benefícios que a empatia traz ao seu dia a dia:
Reconhecer a existência alheia humaniza o próprio indivíduo, uma vez que o capacita para enxergar no outro seu próprio espelho. Em uma era de materialismo, introspecção e narcisismo, é crucial desenvolver essa característica para melhorar seu próprio diálogo com a vida.
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