A garantia da acessibilidade é muito importante por permitir que pessoas com mobilidade reduzida possam viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. Essa inclusão é essencial para garantir a melhoria da qualidade de vida.
A percepção de que as pessoas com deficiência ou restrição devem ter os mesmos direitos do que todas outras, inclusive à recreação e às atividades físicas, trouxe parques, quadras e academias para o centro do debate.
Os ganhos de condicionamento físico, fortalecimento da musculatura e desempenho são as questões mais importantes para a reabilitação e aptidão física de pessoas com dificuldades de locomoção, por exemplo.
Mas a prática de atividades por pessoas com deficiência ainda se mostra contaminada por ideias preconcebidas, que dizem respeito apenas ao desenvolvimento de aspectos físicos. Nesse sentido, as adaptações em academias permitem a inclusão e a socialização para todos os frequentadores.
Por que toda academia deve ser adaptada?
A atividade física é essencial para o portador de deficiência: a prática contribui para aperfeiçoar a mobilidade, aumentar a autoestima e a ampliar os laços sociais dessas pessoas. O problema é, muitas vezes, não haver fácil acesso às academias, clubes e outros espaços dedicados à atividade física.
A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), complementada pela norma técnica da ABNT 9050/2015, não trata apenas do deficiente motor, mas também do auditivo e visual. Por isso, proprietários devem estabelecer critérios e parâmetros técnicos, desde o projeto, construção do empreendimento, assim como a instalação e adaptação de seus espaços às condições de acessibilidade.
Não existe área mínima de academia ou tipo de estabelecimento que não esteja sujeito a ser adaptado. O ideal é existir um vestiário masculino e um feminino, com chuveiros, vasos sanitários e pias adaptadas. Os itens podem ser colocados dentro dos vestiários comuns ou construídos à parte.
Como realmente garantir a acessibilidade em academias?
Para o deficiente, é mais confortável estar em um banheiro exclusivo, por conta da movimentação limitada. Porém, quando essas instalações adaptadas fazem parte do vestiário comum, elas podem ser usadas por não deficientes.
Não adianta fazer um vestiário adaptado, se o cadeirante não consegue ir até ele. Para andar em linha reta, a passagem mínima para a cadeira de rodas é de 90 centímetros, sendo que, para fazer uma curva de 90 graus, é necessário um espaço de 1,20 m, e para uma curva de 180 graus, é necessário no mínimo um metro e meio.
No caso da rampa de acesso, há uma tabela de inclinação versus desnível a ser vencida. Essa inclinação varia de 5% a 8,33%, sendo aceita em casos que eles chamam de excepcionais, se comprovado que não há outra solução.
Rampas com inclinação de 10% são para desníveis de, no máximo, 20 centímetros. Para desníveis grandes, em geral, é inviável colocar uma rampa, pela área que essa solução ocupa. Nesse caso, parte-se para plataforma para desníveis até 4 metros de altura e, por fim, para o elevador. Não é obrigatório deixar o elevador livre para o uso de todos, sendo sujeito somente para pessoas com dificuldade de locomoção.
Os balcões de atendimento também devem ser adaptados, contendo uma parte mais baixa, com espaço para as pernas do cadeirante. Além disso, deve ser prevista uma porta ou portinhola de acesso, pois a catraca é impeditiva. Para deficientes visuais, indicações em braile e piso tátil são fundamentais.
O que é preciso para adaptar uma academia?
Uma academia adaptada permite que pessoas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida sejam incluídas em atividades comuns e socializantes.
Um projeto de acessibilidade requer experiência e conhecimento prático das técnicas e normas, e um arquiteto que respeite a característica para desenvolvê-lo.
Os itens que devem ser considerados para adaptação de uma academia são:
- adequar a calçada em frente à academia;
- garantir o acesso ao interior do imóvel;
- interligar e eliminar todos os desníveis de todas as áreas de uso comum;
- adaptar o balcão de atendimento;
- instalar mapa tátil e piso tátil direcional e de alerta;
- reformar o vestiário masculino e feminino, adaptando para pessoas com deficiência;
- ter, no mínimo, um equipamento acessível por grupo de atividade, para uso de pessoa com deficiência.
Como é a realidade das academias de condomínios?
Todo novo condomínio já deve trazer a acessibilidade como um pré-requisito, uma característica essencial. No entanto, se não for esse caso, o síndico, representando a assembleia de moradores, pode solicitar que essas alterações sejam realizadas. Caso isso não ocorra, o condomínio pode, até, partir para um processo contra os responsáveis pela obra.
Devido terem sido construídos em uma época em que a acessibilidade não tinha a sua importância observada, os condomínios mais antigos não possuem, normalmente, instalações que garantam a acessibilidade.
É de suma importância que análises técnicas sejam feitas no condomínio a fim de se conhecerem quais obras são viáveis e quais não vão atingir a estrutura do prédio e, assim, fazer as adaptações necessárias,
É importante consultar empresas de engenharia com especialização no tema, que podem indicar o que é possível fazer com mais rapidez e ainda encontrar questões mais graves, como elevadores menores do que o necessário.
Também se faz necessário levar em consideração que alguns condomínios podem não estar capacitados para providenciar essa adaptação em sua estrutura, pelo menos, não nesse primeiro momento.
Para diminuir o problema, o ideal é avaliar as obras mais simples e importante. Substituir escadas por rampas — ou criar rampas — de acesso a espaços da área comum são obras prioritárias, que podem ser feitas rapidamente e sem custos muito altos.
Como tornar a acessibilidade um sinônimo de valorização humana?
A acessibilidade é um valor em si, isto é, ela garante que as pessoas com algum tipo de deficiência possam ter acesso ao que é direito de todos. Não apenas residências e condomínios, mas toda a cidade deve buscar garantir essa condição. Garantir condições de acessibilidade serve como uma valorização humana importante para o empreendimento.
Alguns condomínios em Aracaju (SE) já oferecem acessibilidade em suas academias, como os da Laredo Urbanizadora, que trabalha, desde 1998, na construção de empreendimentos horizontais que promovem qualidade de vida, bem-estar e convívio familiar em áreas de expansão urbana.
Neste texto, explicamos a importância da acessibilidade em academias de condomínios, além de verificarmos que ela é essencial em todos os tipos de ambiente. Se quiser saber mais sobre estes e outros temas ligados a moradia e qualidade de vida, siga a gente nas redes sociais! Estamos no Instagram, Facebook, LinkedIn e Twitter.