“Olha pro céu, meu amor / Vê como ele está lindo / Olha praquele balão multicor / Como no céu vai sumindo”, já cantava Luiz Gonzaga. Poéticos, alegres e cheios de significados, os festejos juninos são uma das tradições culturais nordestinas mais conhecidas e amadas.
São inúmeros quitutes, brincadeiras, danças, complementados pelo lindo colorido das bandeirinhas, atraindo turistas e locais às praças e aos centros de eventos.
Quer um ótimo roteiro para pular fogueira em território sergipano? Veio ao lugar certo! Neste artigo, você vai conferir um pouco da história e dicas de festas para curtir com os amigos e a família.
Confira, a seguir!
História dos festejos juninos
O mês de junho é um importante marco histórico. Para os povos pagãos, era a época de celebração da fertilidade da terra e da abundância nas colheitas, com o solstício de verão no hemisfério norte.
O período é igualmente importante para os católicos, pois é nele que se celebram três famosos santos: Santo Antônio, Sao João e São Pedro, nos dias 13, 24 e 29, respectivamente. E, como nosso país foi colonizado em grande parte pelos europeus, eles trouxeram consigo a base para o desenvolvimento dos festejos juninos brasileiros.
Dos portugueses e espanhóis vieram as danças e os cortejos. Dos franceses, as danças marcadas e o uso de fogos de artifício para comemorar. Além deles, costumes indígenas e africanos também foram integrados, resultando nas grandes e belas celebrações atuais.
Como durante esse período ocorrem as colheitas de milho, o produto é bastante usado na decoração e nas comidas (pamonha, curau, cuscuz, canjica, pipoca doce). Mas isso pode variar de acordo com a agricultura da região. No sul e sudeste, por exemplo, o pinhão é incorporado ao cardápio dos arraiás.
Já no nordeste, a mandioca — sempre presente na mesa nordestina — conquista merecido espaço nas mesas e barraquinhas de quitutes, em preparos doces e salgados. Muito além das tapiocas, são preparados deliciosos bolos, bolinhos e caldos.
Força das festas juninas no nordeste brasileiro
Os festejos juninos são comuns na maioria das cidades e, em muitos casos, fazem parte do calendário de escolas e paróquias. Mas no nordeste é inegável que o evento é levado muito a sério — tanto que o título de maior São João do mundo é disputado pelos municípios de Caruaru (Pernambuco) e Campina Grande (Paraíba). Já o campeonato pela posição de Capital do Forró fica entre o município paraibano e a capital sergipana, Aracaju.
Mas eles não acontecem apenas nesses dois estados. Na verdade, cada lugar guarda suas festas e tradições específicas — geralmente mais intensas no interior. Para alguns, o início desse importante período já começa com as celebrações que envolvem a Festa do Divino (no mesmo período de pentecostes), em que é comum o acontecimento de quermesses e da decoração com bandeirinhas.
A importância dos arraiás é tanta que há grupos que começam os preparos para as apresentações logo após o carnaval. Em Sergipe, por exemplo, existem projetos conhecidos como o “esquenta” antes do mês de junho, com shows, ensaios abertos de quadrilhas, entre outras atrações.
O ciclo das festas juninas tem igual valor para a economia da região, atraindo turistas de todos os cantos do Brasil e, inclusive, estrangeiros, prontos para compartilhar a arte e a cultura. Além dos empregos gerados pelos eventos, a rede turística e hoteleira também se beneficia do maior fluxo de pessoas. Em locais geralmente castigados pelos grandes períodos de estiagem, esse é um momento crucial para aumentar a renda.
Sergipe: imperdível destino junino
Agora que a sua curiosidade já ficou devidamente aguçada para conhecer os festejos juninos mais de perto, é chegada a hora de conhecer os melhores eventos que os sergipanos oferecem ao país e ao mundo.
Seja você morador antigo ou novo, vale a pena montar um calendário para curtir com a família, os vizinhos e os amigos os eventos a seguir!
1. Forró Caju — Aracaju
O Forró Caju é um festival de forró que acontece desde 2001 (com exceção do ano passado, 2017) na capital sergipana, atraindo, em média, um milhão de visitantes a cada edição.
Para o retorno triunfal em 2018, a Prefeitura de Aracaju já divulgou as datas da festa (22, 23, 24, 28, 29 e 30 de junho) e informou que serão 130 atrações locais e nacionais, todas prontas para animar o público. Outra novidade é que, além dos festejos tradicionais na área dos mercados municipais, a comemoração será estendida a outros bairros.
2. Barco de Fogo — Estância
A farra pirotécnica do município de Estância (localizada a 68 km da capital) também é palco de uma ampla variedade de festejos juninos. O destaque vai para o Barco de Fogo, uma celebração que mistura folclore e artesanato — patrimônio cultural sergipano, cuja origem vem do início do século XX.
Nele, são construídos barcos que deslizam por um cabo de 250 metros, impulsionados por fogos de artifício. O mais legal é observar a engenhosidade e criatividade dos participantes, da decoração das pequenas embarcações às criações dos participantes, entre fazer o barco ir e voltar no fio ou fazer um giro 360 graus sobre o próprio eixo.
O concurso principal, que elege o melhor do ano, costuma ocorrer em 24 de junho, junto às celebrações de São João. Contudo, é possível ver demonstrações em outros dias na praça principal.
3. Forró Siri — Nossa Senhora do Socorro
A festa mais tradicional de Nossa Senhora do Socorro — região metropolitana de Aracaju — é o Forró Siri. Além dos shows e das atrações, os socorrenses também elegem a Garota & Garoto Forró Siri para representar o evento. Não só as características como simpatia e boa comunicação são consideradas para a escolha, sendo igualmente essencial a realização de uma performance característica do período junino.
A prefeitura ainda não informou a data ou a programação do evento, mas dá para ficar de olho em sites dedicados a eventos.
4. Festa do Mastro — Capela
Para marcar o Dia de São Pedro na cidade de Capela (a 68 km da capital), é realizada a tradicional Festa do Mastro. A comemoração dura o dia inteiro, começando pelos bacamarteiros de manhã, seguida da caminhada de 10 km embalada por carros de som para escolher e derrubar a árvore usada na festa.
Na volta, o cortejo também é animado por música e dança, além da guerra de lama entre os participantes. No fim, nova saudação dos bacamarteiros enquanto o mastro é erguido, com uma festa que dura até a manhã seguinte.
Diversão garantida!
5. Concurso de Quadrilhas Juninas — Itaporanga D’Ajuda
Terminamos nossa lista de festejos juninos sergipanos com o Concurso de Quadrilhas Juninas, que acontece em Itaporanga D’Ajuda, localizada a 29 km. O evento já tem mais de vinte anos e faz parte do calendário oficial da cidade.
Em 2018, a festa está marcada para os dias 15, 16 e 24 e o número das atrações subiu de doze, em 2017, para quinze. Entre as atrações estão artistas locais e nacionais. O fim do evento é marcado pela Cavalgada de São João, que sai do povoado de Salvador rumo à sede da prefeitura.
Então, animado para pular fogueira, mandar correio elegante e dançar quadrilha? Esperamos que você possa aproveitar muito os festejos juninos com nossas sugestões de programação e outras tantas que acontecem na sua região, inclusive da escola dos filhos. Quem sabe você não se anima para organizar uma dentro do seu condomínio?
Compartilhe o artigo nas suas redes sociais e comece a organizar seu calendário para aproveitar esse período ao máximo. Afinal, ser feliz é essencial para viver!