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Casa e Construção

Quais são os tipos de escada para colocar no projeto de sua casa?

Mais do que conectar andares e desníveis, uma escadaria bem projetada valoriza o ambiente. Mas nem sempre um projeto que encanta aos olhos é o melhor para o seu lar. O segredo para escolher o modelo ideal, entre tantos tipos de escada, é optar por algum que se adapte às características do local, bem como ao perfil dos moradores.

Afinal, cada um tem uma função: o formato espiral, assim como o que contém degraus alternados, por exemplo, destaca-se pela economia de espaço. Já os modelos com patamares entre lances estão entre os mais apreciados, pois proporcionam uma subida menos cansativa.

Para ajudá-lo a decidir qual é o seu predileto, conheça os modelos mais comuns e, depois, verifique sua viabilidade com um bom arquiteto. Boa leitura!

O que analisar para acertar no modelo de escada?

A primeira medida é observar as configurações do ambiente: considere a área e a disposição de portas, janelas e aberturas para passagem.

O perfil dos moradores também deve ser levado em conta. Em lares com crianças e/ou idosos, por exemplo, modelos com guarda-corpos e corrimãos são mais indicados.

Feito isso, a estética fica a gosto de cada um — desde que respeitadas as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Isso evita problemas como degraus sem profundidade suficiente para o apoio dos pés, corrimãos muito próximos das paredes e sem espaço para a empunhadura, entre outros.

Por isso, para o correto dimensionamento, as estruturas que compõem a escada devem seguir os parâmetros da ABNT.

Como escolher os materiais que compõem a escada?

A maioria das escadas leva madeira, concreto e/ou elementos metálicos. Degraus e patamares podem receber revestimentos, geralmente o mesmo usado no ambiente. Porcelanatos, por exemplo, são duráveis, práticos para limpar e seguros (prefira os antiderrapantes).

Em relação ao material dos guarda-corpos, o vidro é um coringa: confere leveza e harmoniza com diversos tipos de decorações. O importante é que seja temperado, com espessura entre 8 e 12mm.

Já os corrimãos são ótimos para dar um toque diferenciado à escada. Além dos materiais convencionais (como madeira, ferro, aço inox etc), podem ser usados componentes inusitados, como corda naval — elemento muito presente em decorações escandinavas.

Quais são os tipos de escada mais usados em residências?

De maneira geral, as escadas são formadas pelos seguintes elementos:

  • degraus — podem ser vazados (constituídos por pisos apoiados em uma ou duas vigas de sustentação), fechados (com pisos e espelhos, denominação para a parte vertical do degrau, também apoiados em vigas) ou flutuantes (fixados na parede, sem vigas);
  • patamares — são os pisos amplos, estrategicamente posicionados para suavizar a subida (permitem um breve repouso);
  • lances — conjunto de degraus em diferentes patamares ou planos;
  • guarda-corpos — estruturas de proteção posicionadas nas laterais, para prevenir quedas;
  • corrimãos — podem ser fixos nas paredes ou acoplados nos guarda-corpos. O importante é que sejam bem firmes, para as pessoas se apoiarem com segurança.

Porém, nem sempre um projeto de escada agrega todos esses elementos. Há versões apenas com degraus, por exemplo. Para entender, confira os tipos de escada mais usados:

Escada reta

Segue em uma única direção. Comprida, é ideal para ambientes pequenos e retangulares — geralmente, sendo implantada na parede maior. Caso seja muito extensa, necessita de patamares intermediários, criando lances que seguem na mesma direção.

Para quem gosta de funcionalidade, a escada reta deixa uma boa área útil sob os degraus. Nas menores, uma boa maneira de aproveitá-la é fazendo um armário planejado; já nas maiores, pode-se instalar um lavabo, montar um home office etc.

Além disso, um modelo tradicional sai mais em conta do que os mais elaborados, visto que a simplicidade do design facilita sua execução.

Escada com degraus flutuantes

Nesse modelo, o mais importante é o design. Os degraus, embutidos na parede, costumam ser feitos em madeira ou pedra (mármore ou granito, geralmente).

Vale destacar que a escada com degraus flutuantes é menos segura do que a versão tradicional. Isso, porque, ainda que um lado seja fechado pela parede, o outro não tem guarda-corpo nem corrimão. Com isso, a atenção precisa ser redobrada, principalmente com as visitas.

Escada em U

Caracteriza-se pela mudança de direção (em 180º): um patamar central ou um lance intermediário coloca os lances inferior e superior em sentidos opostos. Seja qual for a técnica construtiva, o desenho na planta baixa lembra a letra “U”.

Por ser um dos tipos de escada que mais ocupam espaço, é indicado para ambientes amplos. Nos maiores, em vez de ficar encostada na parede, pode ficar no meio do cômodo, sendo usada como divisória em salas com dois ambientes.

Escada em L

Muda de sentido, formando um ângulo de 90º. Versátil, é usada tanto em ambientes pequenos quanto amplos. Costuma ficar encostada em um canto, mas nada impede de construí-la no meio do cômodo.

Para quem gosta de otimizar espaços, seu vão pode ser preenchido com marcenaria ou usado para fins decorativos (como para fazer um jardim de inverno, criar um espaço para meditação etc).

Escada em leque

A diferença em relação às escadas em U e em L é que, na escada em leque, a mudança de sentido se dá com o uso de degraus triangulares, em vez de um patamar.

A principal vantagem é a economia de espaço. Mas, por outro lado, os degraus triangulares são menos seguros, por conta dos cantos mais rasos (próximos ao eixo), que não permitem apoiar o pé por inteiro.

Escada helicoidal

Mais conhecida como escada caracol ou escada espiral. Caracteriza-se por um pilar central, no qual os degraus são fixos.

Boa opção para cômodos pequenos, pois é bastante compacta. Encontra-se à venda em versões pré-moldadas e, dependendo do tipo de material, confere modernidade ao ambiente.

A desvantagem é a falta de segurança, pois os degraus se estreitam à medida que se aproximam do eixo. Outro inconveniente é a dificuldade para levar móveis e eletrodomésticos grandes para o piso superior.

Escada circular

Também chamada de escada curva. Sinuosa, ela é muito usada em projetos com formas orgânicas — caracterizadas por traços suaves e sofisticados —, frequentes em imóveis de alto padrão.

Por conta das curvas leves, ocupa bastante espaço. Além disso, não deixa muitas possibilidades para o aproveitamento da área abaixo da estrutura. Na maioria das vezes, o vão fica vazio ou recebe alguns itens de paisagismo.

Escada cascata

Aqui a direção não importa. A escada cascata pode ser reta, em U, em L, circular, entre outras formas. Também chamada de escada plissada, o que a diferencia é a parte debaixo do degrau — o qual acompanha o formato da escada.

Assim, o efeito visual lembra uma cascata, trazendo leveza e sofisticação ao ambiente. Porém, ainda que o resultado seja lindo, o gasto com materiais de acabamento acaba sendo mais alto.

Escada com degraus alternados

Conhecida também como escada Santos Dumont, nome de seu criador. Acentuada, tem degraus recortados, para pisadas alternadas — o que economiza espaço. Costuma ser usada em ambientes pequenos, bem como para acessar sótãos (como uma alternativa à versão articulada).

Por outro lado, em imóveis com mais de um morador, esse desenho de escada pode comprometer o vai e vem, visto que a estrutura só pode ser utilizada por uma pessoa de cada vez.

Assim, com tantos tipos de escada, é normal ficar em dúvida sobre qual é o modelo mais indicado para o seu lar. Para ajudar, mostramos as principais possibilidades. A boa notícia é que escadarias deslumbrantes não se restringem a museus, teatros e outros edifícios imponentes. Guardadas as devidas proporções, as residências também podem ter estruturas à altura de seus projetos arquitetônicos!

Agora que você conhece os diferenciais construtivos, deixe um comentário contando como pretende fazer a sua escada dos sonhos!

Cláudia Dunkel

Arquiteta formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), pós graduada em Gerenciamento de Obras e Tecnologia da Construção (INBEC) e pós graduanda em Gestão de Projetos (FGV). Atua, há 5 anos, na gestão dos projetos de arquitetura e na execução das etapas da obra para a implantação dos empreendimentos. É responsável pela otimização, controle e execução da qualidade em geral do portfólio de projetos da empresa apoiando e monitorando os resultados.

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