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Quem tem filhos pequenos sabe que bufês com áreas ao ar livre, acampamentos de férias em meio à natureza e, mais recentemente, espaços urbanos de vivência familiar têm sido cada vez mais procurados, especialmente por famílias que vivem em apartamentos. Esta tendência reflete um desejo de voltar à infância de antigamente, quando havia espaço de sobra para brincar e se divertir.
Neste artigo, entenda como a residência pode influenciar, favorecendo ou inibindo, o desenvolvimento da criança e veja como os pais podem colaborar com a sua formação. Boa leitura!
A primeira infância — período que vai do nascimento até o sexto aniversário — passa rápido, sendo uma fase crucial para pais e filhos se conectarem.
Para que isso ocorra naturalmente é vital brincarem juntos, ou seja, nada de deixar os pequenos vidrados por horas em telas de televisores, tablets ou smartphones, mesmo que estejam vendo programas infantis.
Sem momentos de interação e de novas experiências, a criança não cria um vínculo emocional com seus responsáveis e, posteriormente, poderá ter dificuldades de adaptação a novos ambientes e situações.
O desenvolvimento da criança tem relação direta com as brincadeiras, por meio das quais constrói sua autonomia e adquire habilidades essenciais, como reflexão, criatividade, imaginação, memória, inteligência, raciocínio, afetividade, entre outras.
Diferentes atmosferas — social, cultural, cognitiva, física e emocional — se desenvolvem durante o ato de brincar, momento em que a criança elabora conhecimentos e significados. Basicamente, existem três tipos de brincadeiras:
Por outro lado, ignorar a necessidade de brincar e limitar a criança ao isolamento das atividades virtuais, além de atrasar seu desenvolvimento social, cultural, cognitivo, motor, físico e emocional, aumenta as chances de terem doenças crônicas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento da obesidade infantil tem relação com a combinação de inatividade física e dietas não saudáveis.
Assim como para adultos, dieta, exercícios e estilo de vida saudáveis aparecem entre as diretrizes da OMS para combater esse quadro infantil alarmante.
Um imóvel com espaços ao ar livre — se possível, com direito a um jardim, para que a criança tenha contato diário com a natureza — permite realizar brincadeiras que estimulem a locomoção, a cooperação, o compartilhamento e a interação com outros.
O próprio dia dia em uma casa é naturalmente estimulante, pois uma das atividades favoritas dos pequenos é brincar de “trabalhar”, ajudando os pais a cuidarem da horta, limparem o quintal, darem banho no cachorro, entre outras atividades domésticas.
Em casas com piscina, a prática da natação desde cedo ajuda no desenvolvimento motor da criança, além de reforçar o laço de confiança entre pais e filho.
Para que a atividade seja segura, a piscina deve ser aquecida (a uma temperatura adequada para a faixa etária), ter deque antiderrapante e ser tratada adequadamente (com pH ideal).
Em terrenos com quintal amplo ou um gramado, vale a pena aproveitar os meses de tempo firme para montar os chamados “brinquedões”, como piscinas de bolinhas, escorregadores, camas elásticas e muito mais. As crianças adoram!
Ao mesmo tempo, cabe aos pais prepararem ambientes enriquecedores, com objetos que permitam explorar diversas formas de comunicação, indo além da fala e da escrita e estimulando as linguagens corporal, gestual e até musical.
Uma boa dica é reservar um espaço da área de lazer para montar o cantinho da bagunça, revestindo o piso com placas de EVA colorido, estilo tatame.
Dentro de casa, o quarto da criança também pode colaborar para o seu desenvolvimento, estimulando sua independência e facilitando a realização de atividades que possam ser executadas “sozinhas”.
Para isso, indica-se o emprego de móveis firmes (que não possam ser derrubados) e apropriados ao tamanho da criança, especialmente uma mesinha com cadeiras e um armário com ganchos baixos, ideal para pegar e pendurar suas próprias roupas.
Para incentivar o senso de responsabilidade e aproveitar o apreço pelos afazeres domésticos, permita que o pequeno ajude na arrumação do quarto, deixando algumas caixas organizadoras à disposição para que ele mesmo guarde seus brinquedos.
Os demais cômodos internos também devem dispor de itens que facilitem o uso dos objetos pessoais de maneira autônoma.
No banheiro, por exemplo, pode-se deixar um banquinho bem estável na base da pia e, sobre ela, a escova e a pasta de dente da criança; já na cozinha, o pratinho, copinho e talheres devem ficar sempre à espera da próxima refeição.
Quanto mais ricos forem os ambientes de uma casa, maior será o repertório motor e a aquisição de habilidades pela criança. Ao mesmo tempo, deve-se combater o isolamento.
Por isso, é importante deixar que a criança desfrute desses espaços com seus pares, ou seja, com outras crianças.
Diferentemente de moradias em bairros abertos, em que a convivência entre vizinhos é cada vez menor, principalmente por conta da violência urbana, em condomínios horizontais as crianças ficam sob vigilância constante de sistemas de segurança e têm mais liberdade para ir e vir à casa dos colegas.
O convívio com amigos da mesma faixa etária é essencial para o desenvolvimento socioemocional, formando as bases para o caráter do futuro cidadão.
Afinal, nas brincadeiras aprende-se a seguir regras, compartilhar objetos e respeitar o outro.
Como visto, brincar vai muito além de um simples momento de recreação, sendo um ritual de aprendizagem do qual depende a qualidade do desenvolvimento da criança — e o lar tem papel fundamental nesta etapa da vida.
Para auxiliar as crianças neste processo, conheça diferentes ideias de brincadeiras ao ar livre e aproveite para colocá-las em prática com a molecada!
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