Grande parte do sucesso de um empreendimento começa a se formar logo que o planejamento é realizado. A partir da observação antecipada de todos os aspectos que possam surgir ao longo do percurso e considerando os recursos disponíveis, é possível prever gargalos e definir os caminhos para superá-los.
Nesse sentido, o planejamento financeiro se apresenta como um critério essencial para quem deseja construir uma casa. Com ele, é possível evitar obstáculos intransponíveis e obter os melhores resultados com o investimento que será realizado.
Confira, neste post, as seis dicas de sucesso para que você realize um bom planejamento financeiro para construir a sua casa.
1. Entenda o seu orçamento
Antes de tudo, você precisa conhecer de maneira muito clara a realidade do seu orçamento. Para tanto, confronte as despesas que você tem com a manutenção da sua família com todos os rendimentos recebidos que serão utilizados no custeio da obra.
A ideia é bastante simples: basta criar uma planilha, como se fosse um livro de caixa. Em uma primeira coluna, você discriminará a origem da sua anotação, seja ela geradora de crédito, seja de débito. Na segunda coluna, anote todos os gastos que você tem mensalmente — com aluguel, prestações, mensalidades escolares, alimentação, lazer etc. Por fim, na terceira, anote os seus rendimentos mensais, especificando as origens.
Dessa forma, deduzindo as despesas dos seus rendimentos, você terá condições de perceber qual é a sua situação orçamentária mensal. O ideal é que você ganhe mais do que gasta, o que permitirá o acúmulo de capital necessário para a construção da casa própria.
Se essa situação não estiver ocorrendo, você precisará buscar meios de economizar, encontrando as despesas que possam ser minimizadas e outras que devam ser eliminadas.
Com o seu orçamento real em vista, você passará a considerar as economias existentes que possam ser direcionadas para a obra. De fato, o resultado da soma das suas economias com a sua possibilidade de economizar vai definir a sua capacidade de custear a obra.
O melhor cenário é aquele no qual o construtor pode arcar com a obra sem ter que recorrer a financiamentos bancários. Porém, a segunda opção também pode ser uma solução bastante viável, se você puder arcar com o pagamento das parcelas do empréstimo.
2. Levante o custo da obra
O próximo passo é contratar um profissional — arquiteto ou um engenheiro civil — que possa fazer uma boa estimativa do custo da obra considerando todos os aspectos: custo do projeto, mão de obra, despesas de regularização do empreendimento e custo dos materiais. Portanto, nesse momento ainda não estamos tratando do custo do efetivo do empreendimento, mas somente de uma estimativa que servirá para que você siga o seu planejamento com uma referência de gastos.
Se você ainda não tem um lote, considere o valor da aquisição nesse cálculo e defina o perfil que será adquirido. Esse detalhe será importante para que o arquiteto faça um cálculo aproximado do custo total do empreendimento.
A partir desse custo, então, você definirá a viabilidade da sua intenção e poderá começar a definir os próximos passos. De qualquer forma, convém estipular um adicional — algo entre 10% e 20% do orçamento — que possa servir para atender a imprevistos.
3. Otimize suas economias
Agora que você já tem em mãos duas informações essenciais (seu orçamento e o custo da obra), chegou a hora de fazer a conta fechar.
Use a planilha que sugerimos no primeiro item para observar onde você pode cortar gastos. Essa é a primeira etapa para que você comece a economizar de verdade. Caso não se dê tão bem com planilhas, não se preocupe, existem vários aplicativos para lhe ajudar a controlar seus gastos.
A vantagem de ter um “controlador” portátil é que você pode anotar as despesas em tempo real, o que economiza tempo e não te obriga a reservar algumas horas semanais para passar tudo a limpo.
Com as ferramentas a postos, siga estes passos simples abaixo para otimizar suas economias.
Categorize
Divida as despesas em categorias, para que fique mais fácil visualizá-las. Tente criar temas bem genéricos, para não ficar com muitos itens na sua planilha.
As categorias mais comuns são:
- suprimentos: supermercado, padaria e hortifruti;
- transporte: combustível, ônibus, metrô e táxi;
- moradia: aluguel, condomínio, IPTU, água, energia, telefone fixo e móvel, internet e TV a cabo;
- saúde: convênio e despesas médicas e odontológicas em geral;
- lazer: clube, restaurantes, bares, cinema, teatro, etc.
Se for o caso, você pode incluir também a categorias Filhos, para colocar despesas como escola e cursinhos (natação, línguas, lutas etc) ou até mesmo Pets, para listar os gastos com ração, veterinário e pet shop.
Faça a divisão fundamental
Após dividir tudo em categorias, você deverá fazer uma divisão que será essencial para conseguir economizar, separando o que é necessidade de um lado e o que é extra do outro.
As necessidades são as despesas nas quais você não poderá interferir. Por exemplo, você não pode tirar seu filho da escola, deixar de usar um meio de transporte ou parar de pagar as despesas de água e energia. Portanto, essa parte será considerada seu custo fixo, já que você não poderá economizar nela.
Os extras incluem tudo aquilo que pode ser cortado ou reduzido para que você economize mais. Normalmente a categoria Lazer será a mais afetada, já que não podemos cortar nada que faça parte das necessidades da família.
Por algum tempo, você deverá comprometer algumas comprinhas supérfluas para alcançar um bem maior: a construção da sua casa e do seu patrimônio. Reduza na compra de roupas e acessórios desnecessários, descubra o dia mais econômico de ir ao cinema, e diminua as idas aos restaurantes que acabam gerando grandes gastos.
Racionalize seus gastos
Você deverá programar sua mente para entrar no modo econômico, pensando em formas de gastar menos em qualquer atividade do dia a dia. No trabalho, por exemplo, você pode cortar o almoço fora e trazer marmitinhas de casa, o que é mais saudável e corta um gasto semanal significativo.
Em casa, um dos principais gastos está na parte de suprimentos. Por isso, uma boa ideia é reduzir as idas ao supermercado. Isso porque não é fácil comprar somente o que você precisa, já que existem promoções e produtos próximos ao caixa que estimulam a compra. Portanto, quanto menos vezes você for, menos vai gastar.
Invista suas economias
Agora que você já conseguiu enxugar seus gastos e aumentar suas economias, o ideal é aplicá-las em algum fundo de rendimento fixo ou de baixo risco. Se você deixar o dinheiro na sua conta ou mesmo na poupança, é muito fácil gastá-lo sem querer.
Por isso, mantenha seu dinheiro bem guardado e rendendo, você verá que, quando for utilizá-lo, vai se surpreender com o valor que acumulou.
4. Contrate o projeto
A partir desse ponto, vamos considerar que você já adquiriu o lote. Portanto, é hora de contratar o projeto da casa e dar início à construção.
Se você tiver capital suficiente para tocar o empreendimento por conta própria, o projeto servirá para que você crie um cronograma de pagamentos, que deve ser compatível com o cronograma da própria obra. Nesse caso, considere a necessidade daquelas despesas já previstas — como mão de obra, materiais etc. — que agora precisarão ser definidas de maneira precisa.
O cronograma deve prever os desembolsos à medida que a obra for se desenvolvendo — com a terraplenagem, fundação, alvenaria e acabamentos. Ou seja, é nesse ponto que você obterá um orçamento definitivo sobre o seu empreendimento e também uma estimativa bastante próxima sobre quando os pagamentos deverão ser realizados.
Caso você não tenha os recursos suficientes e precisar recorrer a algum financiamento, o projeto se torna ainda mais necessário. Afinal, ele é exigido pelas instituições financeiras que concedem o crédito imobiliário como garantia de viabilidade do empreendimento.
Ao contratar o projeto você também deverá definir o profissional ou a empresa que será o responsável técnico pela obra, que pode ou não ser o encarregado do projeto. Nesse momento, não se arrisque. Procure por pessoa física ou jurídica que possa comprovar a capacidade de exercer a função.
5. Contrate a mão de obra
O ideal é que você contrate a mão de obra em comum acordo com o profissional ou com a empresa que se responsabilizar tecnicamente pela construção. Ainda que o custo saia um pouco mais alto, é preciso considerar a prática que existe na lida com os trabalhadores da construção civil e também o relacionamento prévio existente com a classe.
Naturalmente, o custo previsto nessa contratação deve ser compatível com o que foi estipulado no orçamento definitivo da obra.
6. Compre os materiais
A compra de materiais deve ser feita de maneira cuidadosa, observando tanto os aspectos de qualidade, quanto os relativos aos custos. Preste atenção na variação de preços de um mesmo material, que pode ser bastante significativa de um estabelecimento para outro.
Eventualmente, pode até ser oportuno dividir as compras por várias lojas, considerando os melhores preços que cada uma oferecer. Porém, para tanto é preciso arcar com um trabalho considerável, necessário para fazer o levantamento dos preços e para definir os melhores locais de compra de cada material.
Geralmente, é possível se orientar pelo cronograma da obra e fazer as aquisições dos materiais à medida que as necessidades forem se apresentando. Contudo, se houver condições favoráveis de negociação, também podem ser consideradas compras antecipadas.
Por exemplo, se um determinado fornecedor oferecer descontos compensadores na compra de vários materiais simultaneamente, mesmo que o momento de utilização não tenha chegado, a proposta merece ser considerada.
Porém, só faça isso se você tiver a certeza de que poderá estocar os materiais adquiridos com segurança. Atenção também aos prazos de validade.
7. Prepare-se para a etapa final
Se você fizer um bom planejamento financeiro e segui-lo à risca, respeitando todas as etapas do cronograma e aproveitando as boas oportunidades de descontos que surgirem, a sua obra transcorrerá sem atropelos. Inclusive, há grandes chances de você conseguir fazer uma boa economia.
Contudo, de qualquer maneira, se prepare para o final da obra, quando despesas adicionais podem surgir. Por exemplo, você pode ter de gastar com jardinagem e, certamente, terá alguma despesa com a mudança.
Provavelmente, se não houver nenhum problema, aquele adicional de reserva que você já havia planejado, pode servir para atender a esses custos extras. Porém, é sempre importante manter a cautela e não contar tanto com essa possibilidade.
Agora que você já sabe como fazer um bom planejamento financeiro para construir a sua casa, acompanhe nossos perfis no Facebook, Instagram, LinkedIn e Twitter para saber muito mais!